quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Romeu Correia e a Associação de Socorros Mútuos 1º. Dezembro


Hoje o Blogue "Almada Virtual Museum" faz um pouco a história da Associação de Socorros Mútuos 1.º Dezembro, socorrendo-se de um manuscrito (que nunca chegou a livro, nem mesmo na comemoração do centenário do nascimento do seu autor, António Henriques, um dos grandes associativistas da nossa Terra...) de grande valor histórico, até aqui esquecido, em parte graças ao facto de a "ignorância ser mesmo atrevida"...

Romeu Correia também é recordado através da transcrição da sua crónica, "Cem anos de Amor ao Próximo", publicada no "Jornal de Almada" de 25 de Novembro de 1983, e escrita de homenagem a esta Associação mutualista de Almada.

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Homenagem da SCALA a Romeu


Embora a exposição dedicada a Romeu Correia esteja programada para Novembro (inauguração a 11 de Novembro), já está afixado na sede da SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, um cartaz de homenagem a Romeu Correia.

domingo, 24 de setembro de 2017

Romeu e a Crítica Literária de João Gaspar Simões


Se falei do volume da crítica teatral, não poderia ignorar o de crítica literária ("Crítica III- Romancistas Contemporâneos, 1942 - 1961"), no qual João Gaspar Simões fala das seguintes obras de Romeu Correia: "Trapo Azul" (p 267); "Calamento" (p 273); "Gandaia" (p 278).

Achei curiosas as palavras do crítico ao escritor Romeu Correia, na sua primeira nota crítica:  [...] «Romeu Correia, autor de dois livros apenas, Sábado sem Sol, que não conheço, e Trapo Azul, de que me estou ocupando - é um jovem cheio de talento que insuflou ao "neo-realismo" decrépito uma vida que o "neo-realismo" nunca tivera entre nós. Ao que suponho, Romeu Correia não é um bacharel enamorado dos bas-fonds da vida proletária nacional - é um operário que no seu autodidactismo encontrou maneira de animar literariamente a experiência de algumas vidas que ao trabalho manual devem as canseiras do corpo e as feridas do coração.» [...]

sábado, 23 de setembro de 2017

Romeu e a Crítica Teatral de João Gaspar Simões


A Imprensa Nacional - Casa da Moeda editou a Crítica de um dos mais conceituados críticos literários do nosso país, João Gaspar Simões.

Há dois volumes que fazem referência à obra de Romeu Correia. Um deles é o "Crítica VI - O Teatro Contemporâneo, 1942 - 1982".

Quem se interessa por teatro poderá ler neste volume a crítica às seguintes peças de Romeu: "Jangada" (p 154); "Bocage" (p 165); "Amor de Perdição" (173); "Três Peças: Sol da Floresta, Laurinda e Céu da Minha Rua" (p 183); "O Cravo Espanhol (199).

É importante destacar que João Gaspar Simões gostou de uma forma geral da obra romanesca e teatral de Romeu Correia.

Foi por isso que numa das suas entrevistas, Romeu ("Ponto", 20 de Maio de 1982) se referiu desta forma ao crítico: «Gaspar Simões foi o grande crítico da minha geração. Todos os escritores portugueses que tiveram (ou tenham) algum merecimento, ele não os esquece, ele os referiu e refere, Tenho para com ele, uma grande dívida de gratidão: tratou de maneira benévola e reconfortante, os meus primeiros três romances, o que constituiu poderoso estimulo para o escritor incipiente que eu era.»

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Repertório Básico de Peças de Teatro


Em 1986 a Secretaria de Estado da Cultura, mais concretamente a Divisão Geral de Acção Cultural - Divisão de Teatro, editou o álbum, "Repertório Básico de Peças de Teatro" da autoria de Duarte Ivo Cruz.

Esta obra tinha como público alvo principal os grupos de teatro amador e funcionava quase como um guia (é descrito o autor, o género, a estrutura, o ambiente e época, as personagens, o enredo e a edição). 

Romeu Correia está representado com três peças ("Céu da Minha Rua" - 1955; "Amor de Perdição" - 1966; "As Quatro Estações" - 1981), num universo de 158 autores, nacionais e estrangeiros.

Numa primeira análise achámos pouco, mas depois de apreciarmos o livro de fio a pavio, percebemos que Romeu até tem o destaque merecido. Ou seja só há quatro autores que têm quatro peças mencionadas (Almeida Garrett, António Patrício, Bernardo Santareno e José Régio), surgindo Romeu num segundo grupo,  bem acompanhado de António José da Silva, António Pedro, Luís de Sttau Monteiro e Luis Francisco Rebelo, cada qual com a referência a três peças.

sábado, 16 de setembro de 2017

Romeu Correia na "Vértice"


Em Março de 1968 a "Vértice" - Revista de Cultura e Arte (n.º 294) - publicou as respostas de Romeu Correia ao inquérito que lhe fez sobre a "Situação do Teatro em Portugal".

Romeu nas suas dez respostas diz-nos muito sobre o  que pensava do teatro no nosso país, de uma forma geral.

Uma das respostas que achámos mais curiosas foi sobre o seu sentido prático nos palcos, a sua intervenção nas encenações (onde também historiou o seu percurso):

«Quando trabalho um texto de teatro, “experimento-o” a toda a hora sobre o palco da minha imaginação. Só assim a função é parida sem perder a medida e a força do espectáculo a que se destina. Muito cedo fui amador dramático e escrevinhador de farsas carnavalescas para as récitas das sociedades recreativas da minha terra. Sou um produto da intensa vida associativa de Almada.
Sei que o espectáculo teatral depende do trabalho de uma equipa que se quer humilde. Grupo cénico com intelectuais de ocasião a botar sentenças (e quantas vezes sem a mínima vocação para o teatro) é coisa condenada ao malogro. Quer isto dizer que, como autor de um texto, ouço todos os reparos, discuto-os – e aceito sem pestanejar as melhore sugestões. E assim continuarei.»

domingo, 10 de setembro de 2017

A Atribuição da Rua Romeu Correia


Já sabíamos a história da atribuição da Rua Romeu Correia, contada pelo seu preponente e nosso amigo Fernando Barão.

Mas ontem numa pequena conversa com o escritor e associativista de Almada, ficámos a saber mais um pormenor. Romeu Correia foi a primeira pessoa a saber desta ideia de Fernando Barão. Ainda antes deste a apresentar na reunião de Câmara, da qual era vogal da Comissão Administrativa, presidida por Silveira Júnior, Fernando confidenciou a sua vontade ao Romeu, deixando-o completamente surpreendido e fazendo-o prometer que não diria nada a ninguém.

No começo dos anos 1970 Almada abria ainda mais os seus horizontes, urbanizou e fez arruamentos nas proximidades da então Quinta da Alegria (pensamos que a melhor referência para vos indicarmos este lugar é o campo de futebol do Beira Mar de Almada...). Era preciso atribuir topónimos e Fernando Barão, como figura ligada à cultura Almadense apresentou três propostas: Romeu Correia, o grande dramaturgo português nessa época - a par de Bernardo Santareno; João Luís da Cruz, grande conhecedor e defensor da cultura e história almadense; "Jornal de Almada", o único semanário existente na época, pelo seu excelente trabalho em prole do concelho e dos habitantes de Almada (foram também atribuídas duas pracetas a Columbano Bordalo Pinheiro e ao esgrimista Jorge Paiva, ambos naturais do Concelho).

A proposta foi de tal maneira apresentada pelo Fernando Barão, que foi aprovada por todos, sem quaisquer argumentos para contrariar a sua tese, que valorizou o papel do Romeu como escritor e dramaturgo como grande figura da cultura nacional, talvez a única nesse tempo, acrescentamos nós.

Romeu ficou um pouco indeciso, mas muito satisfeito com esta homenagem, até por saber que era uma raridade alguém no nosso país ver-lhe atribuída uma artéria em vida. E ainda por cima toda a gente sabia do passado democrático de Romeu Correia, desde os anos 1940, em que fez parte da Comissão da Freguesia de Almada do MUD, e principalmente da sua obra literária, onde nunca calou a exploração e a repressão de que eram vítimas os trabalhadores das várias indústrias do Concelho.

Romeu falou com vários amigos, oposicionistas e figuras da cultura almadense, que o aconselharam a aceitar esta atribuição, pois seria também uma homenagem  prestada ao povo de Almada.

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

"Rio de Contos" com Romeu Correia


«Nos dias 8, 9 e 10 de Setembro a Divisão de Arquivo e Bibliotecas, dinamiza o 3º Encontro de Narração Oral de Almada, Rio de Contos, o qual ocorrerá nas freguesias de Almada e Pragal.

O programa do 3º Encontro de Narração Oral de Almada, Rio de Contos,  pretende também contribuir para assinalar o 100º aniversário de nascimento de Romeu Correia e também o 20º aniversário do Fórum Municipal que tem o seu nome, concentrando as atividades neste equipamento e na sua envolvente.



As histórias vão sair da biblioteca e vão até ao Restaurante Forno de Cima para ouvir e contar histórias vividas com Romeu Correia e no dia 9 vão espalhar-se pelo parque num piquenique de histórias, continuando no domingo dia 10  na Biblioteca.»

(Notícia difundida pela Biblioteca Municipal de Almada)

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Romeu Correia Homenageado na Festa do Avante


Romeu Correia embora nunca fosse militante, sempre foi próximo do PCP, inclusive antes da Revolução de Abril.

É por essa razão que achamos muito bem que Romeu tenha sido homenageado durante a Festa do Avante, no palco do Avanteatro, com a reposição das peças, "Bonecos de Luz", da Companhia de Teatro de Almada (na sexta-feira, dia 1 de Setembro, às 20.30 horas) e "Cravo Espanhol", do Teatro de Terra (no sábado, dia 2 de Setembro, às 21 horas).

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

De Novo "Um Homem Chamado Romeu Correia"...


Escolhemos o primeiro dia de Setembro para voltarmos a visitar a exposição, "Um Homem Chamado Romeu Correia" (foi a terceira vez...), por um acaso calculado (estarmos a pouco mais de 100 metros do Museu da Cidade antes das três da tarde...).

O motivo? Reencontrar o Romeu e tentar descobrir pequenos nadas que nos estivessem escapado nas duas primeiras visitas.

Por um lado foi possível apreciar com mais cuidado a excelência de todo o trabalho criativo de José Manuel Castanheira. Por outro, pudemos questionar em silêncio, o porquê da escolha de alguns materiais, em detrimento de outros, algo que acontece em todas as exposições que são sobretudo biográficas...

(Fotografia de Luís Eme)