quarta-feira, 15 de março de 2017

A Boa Publicidade da Censura ao "Sábado sem Sol"


Apesar do susto que Romeu Correia apanhou, a apreensão do livro de contos, "Sábado sem Sol", acabou por ser a melhor publicidade que se poderia fazer a uma primeira obra.

A sua proibição levantou uma grande curiosidade nos leitores (tanto nos oposicionistas como nos almadenses...) sobre o livro, fora de mercado, e por isso, ainda mais valioso...

Felizmente os bibliotecários da Academia e da Incrível Almadense estavam de sobreaviso e foram muito poucos os livros que a PIDE levou das duas bibliotecas (pouco mais de meia-dúzia...), quando as visitou... 

Mas vamos lá ler o que Romeu escreveu, na página dez, ainda em "Algumas Linhas Livres":

«Dois meses após a publicação, a PIDE procedia à apreensão do “Sábado sem Sol” (estímulo oficial tão frequente por esses tempos fascistas…), semeando o desgosto e a indignação na maioria dos meus leitores, e digo na maioria porque, inexplicavelmente, tristemente, houve, em Almada, quem, sentindo-se retratado nas páginas do livro, descesse à ignominia de me denunciar na sede da famigerada polícia política.»

(Na imagem o auto de apreensão do "Sábado sem Sol" na Biblioteca da Incrível Almadense, onde só descobriram dois livros...)

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